domingo, 22 de janeiro de 2012

Justificação pela Fé - nova perspectiva


Justificação pela Fé - nova perspectiva

Como é então que a "justificação pela fé" se opera? Em Romanos 2, Paulo já falou da justificação definitiva do povo de Deus, com base em toda a sua vida. Esta justificação ocorrerá no final, quando Deus julgar os segredos de todos os corações através do Messias. A questão da justificação pela fé é que, como Paulo insiste em 3:26, esta justificação tem lugar no presente, em oposição ao último dia. Esta questão tem a ver com as perguntas: "Quem pertence hoje ao povo de Deus?" e "Como se pode afirmar?" A resposta é: todos os que crêem no evangelho pertencem ao povo de Deus hoje, e, portanto, não importa quem tenham sido os pais, ou como se obedeceu à Torá (ou a qualquer outro código moral), ou se foi aplicada ou não a circuncisão. Para Paulo, a justificação é um subconjunto da eleição, isto é, faz parte de sua doutrina sobre o povo de Deus.

Sem dúvida, apesar de muitos esforços para impor esta conclusão, não quer dizer que a justificação nada tenha a ver com a salvação dos pecadores, do pecado e da morte pelo amor e pela graça de Deus. A eleição sempre supõe que os seres humanos são pecadores, que o mundo jaz no caos e que Deus está montando uma operação de resgate. Esta é a finalidade da aliança, e por isso é que "pertencer à aliança" significa, entre outras coisas, "o perdão do pecador". O que se prova é que a "justificação" em si não denota o processo ou o acontecimento pelo qual a pessoa é conduzida da descrença, da idolatria e do pecado para a fé, a verdadeira adoração e a renovação da vida, por obra da graça. Paulo emprega uma palavra clara e inequívoca neste sentido: ele fala de "chamado". A palavra "justificação", apesar de uso equivocado do termo pelos cristãos durante séculos, é empregada por Paulo para denotar o que acontece imediatamente depois do "chamado": "aos que chamou também justificou" (Rm 8:30). Em outras palavras, aqueles que ouvem o evangelho e a ele respondem na fé são, assim, declarados por Deus seu povo, seus eleitos, "a circuncisão", "os judeus", "o Israel de Deus", distinguidos com a condição de dikaios, "justos, participantes da aliança".

Mas a palavra "chamado" por si mesma e o fato de que a "justificação" não se refere ao modo "como sou salvo", mas ao modo "como sou declarado membro do povo de Deus", devem sempre abranger também os planos maiores da aliança. Na verdade, o esquecimento deste ponto, como tantas vezes ocorreu na teologia ocidental, tanto do catolicismo como do protestantismo, equivale a incidir no erro bem parecido pelo qual Paulo censura seus concidadãos. O objetivo da aliança era enfrentar a idolatria e o pecado para que o mundo como um todo pudesse ser resgatado, e não se discute, como lemos em Romanos 5-8, que é para este objetivo que Paulo encaminha seu argumento. Assim, a idéia dos seres humanos chamados pelo evangelho a abandonarem a idolatria e o pecado a fim de passarem a adorar o Deus vivo e verdadeiro significa por um lado, que eles podem ser resgatados e,por outro lado, que através deste resgate e pela comunidade que passam a formar poderá concretizar-se o plano de Deus de resgatar o mundo inteiro. É por esta razão que em Romanos 5:17 Paulo diz que os justificados "reinarão na vida"; o objetivo não é simplesmente que eles sejam resgatados da calamidade, mas que através deles Deus possa governar sua nova criação. É por esta razão também que a união de judeus e gentios em uma única família é uma idéia essencial para a justificação. Não se trata unicamente de tornar a vida mais fácil para os gentios convertidos aos quais podia não agradar a idéia da circuncisão, como alguns comentaristas já afirmaram, tentando ridicularizar a "nova perspectiva", mas, como Paulo explica tão brilhantemente em Efésios 3, o que se pretende inculcar é que pela criação da família formada de judeus mais gentios o Deus vivo possa implantar o projeto completo da nova criação, declarando aos principados e potestades que sua hora já chegou. A eleição repensada em torno do Messias, e reelaborada por Paulo em seus esforços apostólicos para gerar e sustentar exatamente este tipo de comunidade, mantém juntos elementos de seu pensamento que muitos séculos de sistemas alternativos mantiveram separados.

N. T. Wright, Paulo - Novas Perspectivas, pp. 151-153

domingo, 18 de dezembro de 2011

Magnificat

Magnificat (também conhecida como Canção de Maria) é um cântico entoado (ou recitado) frequentemente na liturgia dos serviços eclesiásticos cristãos. O texto do cântico vem diretamente do Evangelho segundo Lucas,[1] onde é recitado pela Virgem Maria na ocasião da Visitação de sua prima Isabel. Na narrativa, após Maria saudar Isabel, que está grávida com aquele que será conhecido como João Batista, a criança se mexe dentro do útero de Isabel. Quando esta louva Maria por sua fé, Maria entoa o Magnificat como resposta.
O cântico ecoa diversas passagens do Antigo Testamento, porém a alusão mais notável são as feitas à Canção de Ana, dos Livros de Samuel.[2] Juntamente com o Benedictus e o Nunc dimittis, e diversos outros cânticos do Antigo Testamento, o Magnificat foi incluído no Livro de Odes, uma antiga coletânea litúrgica encontrada em alguns manuscritos da Septuaginta.
No cristianismo, o Magnificat é recitado com mais frequência dentro da Liturgia das Horas. No cristianismo ocidental o Magnificat é mais cantado ou recitado durante o principal serviço vespertino: as Vésperas, no catolicismo romano, e a Oração Vespertina (Evening Prayer ou Evensong, em inglês), dentro do anglicanismo. No cristianismo oriental o Magnificat costuma ser cantado durante as Matinas de domingo. Em certos grupos protestantes o Magnificat pode ser cantado durante os serviços de culto.

Texto original em grego

Μεγαλύνει ἡ ψυχή μου τὸν Κύριον καὶ ἠγαλλίασε τὸ πνεῦμά μου ἐπὶ τῷ Θεῷ τῷ σωτῆρί μου,
ὅτι ἐπέβλεψεν ἐπὶ τὴν ταπείνωσιν τῆς δούλης αὐτοῦ. ἰδοὺ γὰρ ἀπὸ τοῦ νῦν μακαριοῦσί με πᾶσαι αἱ γενεαί.
ὅτι ἐποίησέ μοι μεγαλεῖα ὁ δυνατός καὶ ἅγιον τὸ ὄνομα αὐτοῦ, καὶ τὸ ἔλεος αὐτοῦ εἰς γενεὰς γενεῶν τοῖς φοβουμένοις αὐτόν.
Ἐποίησε κράτος ἐν βραχίονι αὐτοῦ, διεσκόρπισεν ὑπερηφάνους διανοίᾳ καρδίας αὐτῶν·
καθεῖλε δυνάστας ἀπὸ θρόνων καὶ ὕψωσε ταπεινούς, πεινῶντας ἐνέπλησεν ἀγαθῶν καὶ πλουτοῦντας ἐξαπέστειλε κενούς.
ἀντελάβετο Ἰσραὴλ παιδὸς αὐτοῦ, μνησθῆναι ἐλέους, καθὼς ἐλάλησε πρὸς τοὺς πατέρας ἡμῶν, τῷ Ἀβραὰμ καὶ τῷ σπέρματι αὐτοῦ εἰς τὸν αἰῶνα.

Texto original em latim

Magnificat anima mea Dominum
Et exultavit spiritus meus in Deo salutari meo.
Quia respexit humilitatem ancillæ suæ: ecce enim ex hoc beatam me dicent omnes generationes.
Quia fecit mihi magna qui potens est, et sanctum nomen eius.
Et misericordia eius a progenie in progenies timentibus eum.
Fecit potentiam in brachio suo, dispersit superbos mente cordis sui.
Deposuit potentes de sede et exaltavit humiles.
Esurientes implevit bonis et divites dimisit inanes,
Suscepit Israel puerum suum recordatus misericordiæ suæ,
Sicut locutus est ad patres nostros, Abraham et semini eius in sæcula.

Gloria Patri, et Filio, et Spiritui Sancto
Sicut erat in principio, et nunc, et semper, et in saecula saeculorum.
Amen.

Tradução para português

A minh'alma engrandece o Senhor e o meu espírito se alegrou em Deus meu Salvador
Pois Ele me contemplou na humildade da sua serva
Pois desde agora e para sempre me considerarão bem-aventurada
Pois o Poderoso me fez grandes coisas

Santo é Seu nome!

A Sua misericórdia se estende a toda a geração daqueles que o temem
Com o Seu braço agiu mui valorosamente
Dispersou os que no coração tem pensamentos soberbos
Derrubou dos seus tronos os poderosos

Exaltou os humildes, encheu de bens os famintos
despediu vazios os ricos
Amparou a Israel Seu servo para lembrar-se da Sua misericórdia
A favor de Abraão e sua descendência
Como havia falado a nossos pais.

Glória ao Pai e ao Filho e ao Espírito Santo,
Como era no princípio, agora e sempre. Amém.



Notas:

  • 1 ↑ Lucas, 1:46-55

  • 2 ↑ 2 Samuel 2:1-10



  • quarta-feira, 16 de novembro de 2011

    GOVERNO DE MINAS TERÁ QUE EXPLICAR OFENSAS FEITAS CONTRA SIND-UTE/MG



    Em pleno feriado que marca a comemoração da Proclamação da República, o Governo de Minas deu uma aula de incivilidade: utilizou-se de recursos públicos para atacar entidade legalmente constituída, o que configura improbidade administrativa.
    É que o Sindicato Único dos Trabalhadores em Educação de Minas Gerais (Sind-UTE/MG) foi alvo de calúnia durante exibição de propaganda paga na TV.  Sem o menor pudor, o governo acusou publicamente milhares de professores da rede estadual de ensino de serem mentirosos.
    Indignados com essa situação, os deputados estaduais  Rogério Correia (PT) e Antônio Júlio (PMDB) protocolaram nesta quarta-feira, 16/11, requerimento na Assembleia Legislativa exigindo do governo informações do custo total das OFENSAS feitas aos professores, bem como o pedido de depoimento de Andreia Neves na ALMG sobre o assunto.
    Na próxima sexta-feira, 18/11, os deputados da oposição se reúnem com o secretário de Governo Danilo de Castro para uma nova rodada de negociação sobre as reivindicações apresentadas pelos servidores estaduais da Educação. Na ocasião, Rogério pretende apresentar o requerimento, expressando o repúdio de toda uma categoria contra o desrespeito com que é tratada pelo governo do Estado.
    Abaixo, o requerimento na íntegra.
    REQUERIMENTO

    Exmo Sr. Presidente da Assembleia Legislativa do Estado de Minas Gerais.

    Os Deputados que este subscrevem, regimentalmente apoiados, requerem seja encaminhado ao Governador do Estado pedido de informações sobre os gastos com a publicidade veiculada nas rádios, televisões e jornais, a partir do dia 11 de novembro, onde contesta afirmações do SINDUTE – Sindicato Único dos Trabalhadores em Educação de Minas Gerais e aborda as negociações em andamento, com a participação de membros desta Casa, com o propósito de discutir o reposicionamento e o aprimoramento das tabelas das carreiras da educação. Solicitamos ainda que seja explicitado pelo governo a justificativa política de tal publicidade, uma vez que ainda estão em andamento os trabalhos da comissão de negociação, da qual somos integrantes.
    Sala das Reuniões, 16 de novembro de 2011


    Deputado Rogério Correia
    Líder da Bancada do PT
    Deputado Antônio Júlio
    Líder da Bancada do PMDB

    FONTE: 
     http://www.rogeriocorreia.com.br/noticia/governo-de-minas-tera-que-explicar-ofensas-feitas-contra-sind-utemg/