sexta-feira, 17 de fevereiro de 2012

A necessidade de um “upgrade” no sistema operacional da Igreja.

Em um encontro realizado na Noruega, Neil Cole – autor do livro Igreja Orgânica – nos explica a necessidade de um “upgrade” no sistema operacional da Igreja.

Algumas perguntas para a reflexão de todos aqueles que estão atentos ao mover do Espírito em nossa geração:

1) A questão das finanças - É lícito, ético, bíblico a Igreja gastar mais dinheiro em estruturas eclesiásticas (salários, imóveis, eventos, etc) do que com os necessitados da Igreja e com missões? E mais: onde, no NT, encontramos bases bíblicas para cobrar o dízimo como um imposto compulsório? Se a Lei do AT se aplica na questão dos dízimos, quais são os parâmetros desta linha teológica que separa o dízimo malaquiano dos demais preceitos do pacote mosaico (como a circuncisão e a guarda do sábado) cuja obrigatoriedade foi abolida após o advento do Messias?

2) A questão do clericalismo - Desde a Reforma Protestante, “sacerdócio universal” se tornou uma espécie de jargão teológico de cunho meramente posicional, com pouquíssima ou nenhuma expressão prática na Igreja Protestante. Apesar da ruptura com o catolicismo há 500 anos atrás, ainda favorecemos a infame distinção entre cleros e leigos na Igreja. Como devolver o sacerdócio aos discípulos, tornando-os participantes da colheita ao invés de meros expectadores de culto? E mais: como pastorear as ovelhas sem controlá-las ou torná-las co-dependentes, formando obreiros para servir o Reino, ao invés de mantê-las eternamente em simbiose clero-laical? Como mudar a imagem do presbitério, do pastor-sacerdote ao mentor-facilitador?

3) A questão missional  O “culto”, em seu formato tradicional, é a vaca sagrada do evangelicalismo. O sermão pregado por um orador profissional foi transformado no “clímax espiritual” da experiência cristã. Na prática, a maioria dos evangélicos entende que ir a um culto, cantar e ouvir uma mensagem é a coisa mais importante na fé cristã. Como resultado, a maior parte dos recursos da Igreja (pessoas, tempo e dinheiro) são gastos na preparação de eventos. Onde estão as bases bíblicas para esta prática? Como canalizar os recursos disponíveis de maneira eficiente para tornar a Igreja mais missional e menos ensimesmada? Como podemos otimizar os recursos na Igreja para gastar mais tempo com os perdidos e com os necessitados, ao invés de gastar a maior parte do tempo entretendo os que já são salvos?

4) A questão da koinonia – No Novo Testamento, a Ekklesia era “costurada por relacionamentos”. Hoje em dia, muitas vezes é composta por um amontoado de estranhos que se reunem uma vez por semana para “adorar a Deus” e ouvir um sermão. A ênfase da Igreja é a pregação ao indivíduo, não o estilo de vida comunitário. O sucesso de uma igreja local é medido pelo número de cabeças em um culto, não pela profundidade dos relacionamentos entre os membros. Como criar ambientes de aprendizado, oração e ministração em que ao mesmo tempo possamos nos conhecer intimamente e “lavar os pés” uns dos outros?

Por mais que falemos de reforma e da relevância da Igreja na pós-modernidade, toda mudança que fizermos será meramente cosmética se não mudarmos o sistema operacional da Igreja. É imperativo que dediquemos tempo para refletir e discutir estas questões, esforçando-nos para fornecer respostas sinceras à nossa geração. Disso depende o legado que oferecemos a nossos filhos.

Precisamos urgentemente de um upgrade.

Ecclesia semper reformanda est.

Porque Jesus seria deixado para trás pelas igrejas?


O MUNDO É MINHA PARÓQUIA  (  John Wesley)

   A internet é meu Púlpito (  Oséias Vieira) 


Porque Jesus seria deixado para trás pelas igrejas?
 
No sábado pela manhã, deparei-me com essa charge no  facebook, a mesma foi postada pelo meu amigo, o Teólogo Fernando Marin, em seu perfil. Dei boas gargalhadas, pois esta  é realmente uma ótima piada, e que realmente reflete a realidade de muitas instituições eclesiásticas.

Então me coloquei a pensar: "Se Jesus estivesse entre nós hoje, Ele ficaria de fora de muitas 'igrejas'. Ostracizado, banido, exilado... Por vários e muitos motivos, inclusive pelo dinheiro."

Comecei a enumerar alguns fatos - além do dinheiro - pelos quais os 'pastores' de hoje, deixariam o Cristo de Deus fora das 'suas igrejas':

1.              O Cristo bebe vinho;
2.              O Cristo de Deus não ostenta riquezas, carrões, e roupas 'chiques';
3.              O Cristo é solteiro Não poderia ser pastor em algumas denominações;
4.              O Cristo andou com prostitutas, bêbados, ladrões... E hoje, ele andaria com esses e com os gays, e os drogaditos (não para fazer o que eles fazem mas para amá-los, e mostrar-lhes o Amor do Pai;
5.              O Cristo não prega a malfadada, a esdrúxula, a obscura, a doentia, a tôsca, a perversa, e cancerígena 'teologia da prosperidade' (que eu prefiro chamar de 'teoria da prosperidade');
6.              O Cristo de Deus não destorce a mensagem, para extorquir o fiéis, e encher os bolsos com dinheiro, iates, jatinhos, viagens internacionais, e para pagar as faculdades caríssimas dos filhos em Boston, em New York, em London...;
7.              O Cristo fala manso. Ele não grita, não pula, não sapateia - Seria taxado de 'morto espiritualmente','sorveteriano'... Sem 'fogo'sem 'unção''frio'... Dir-se-ia dele, que Deus o vomitaria no dia do juízo, e que Ele não é 'sapatinho de fogo', ou 'canela de fogo'... Entre outras coisas;
8.              O Cristo de Deus, com certeza faria a opção pelos pobres. Abraçaria a Teologia da Libertação, oEvangelho Social, o Evangelho Político... E seria duramente criticado, excomungado como o Leonardo Boff, banido e demonizado. Seria chamado de 'liberal' e 'libertino'... como fazem com o Reverendo Carlos Calvani e com outros tantos sacerdotes e Teólogos;
9.              O Cristo seria chamado de gay, por beijar os seus discípulos, e seria expulso da maioria das denominações - homem não pode beijar homem. Seria chamado de safado por beijar as irmãs, e de pedófilo por beijar e dar carinho às crianças, pondo-as no colo, como fez para demonstrar para Thiago e para Filipe, que para entrar no Reino dos Céus é necessário ser como uma criança;
10.           O Cristo de Deus, não poderia entrar em muitas igrejas, e seria expulso, ou severamente punido e esquecido em outras tantas, por usar cabelos e barba grandes. Seus algozes lhe chamariam hostilmente de 'hippie' e'vagabundo', entre outras coisas...
Eu poderia ficar aqui o dia todo, enumerando os motivos pelos quais Jesus não poderia adentrar, ou fazer parte de muitas instituições eclesiásticas. Entretanto, deixo para o leitor  e para a leitora a tarefa de completar essa lista de dez simples motivos, pelos quais os farizeus de hoje excluiriam o Senhor.


Apenas para ilustrar
Em algumas 'igrejas', Jesus seria:
1.              'Colocado no banco' - Em disciplina;
2.              Fariam uma carta-denúncia contra Ele. Entregariam uma para o pastor presidente, para o presbitério ou para o  Bispo, apóstolo, pai-póstolo  e uma cópia nas mãos dele;
3.              Fariam reuniões para expulsá-lo;
4.              Convocariam um concílio, conselho, plebiscito, para fazer-se retratar;
5.              Se reuniriam na surdina para tramar contra Ele;
6.              Fariam convenções para neutralizá-lo;
7.              Mandariam Ele para pastorear em um interiorzinho, ou na favela;
8.              'Queimariam' Ele na primeira oportunidade;
9.              Dificultariam ao máximo o Ministério d'Ele, isso se Ele conseguisse chegar ao presbiterato, ou seja, ordenado, ou nomeado, ou 'ungido';
10.           Puxariam o tapete d'Ele na primeira oportunidade, e colocariam a igreja contra Ele...
Você pode ajudar a construir essa lista também!


Pensando um pouco mais
Entretanto depois desse terrível escândalo financeiro envolvendo a fraude e o desvio dos dízimos de Malaquias 3:10  na instituição eclesiástica denominada 'Igreja' (postagens abaixo), também comecei a pensar em alguns motivos pelos quais, Jesus rejeitaria as igrejas de hoje, e se tornaria um 'Cristão Desigrejado', ou um 'Cristão Independente': 
1.              Pastores ladrões;
2.              Desvios, fraudes, enganações, sumiço... Nas finanças das igrejas;
3.              Uso abusivo do texto em Malaquias 3.8;
4.              'Teologia da Prosperidade';
5.              G12;
6.              Gritaria;
7.              'Profetadas';
8.              'Reveladas' e 'revelamentos';
9.              Profeteiros' e 'profeteiras';
10.           'Sapatos e canelas de fogo';
11.           Exageros na homilia, na música, na liturgia...;
12.           Arrogância;
13.           Desamor;
14.           Fofocas;
15.           Falta de perdão;
16.           Destorção do Evangelho;
17.           Falta de ética;
18.           Julgamento;
19.           Ostracismo e exclusão;
20.           Intolerância religiosa;
21.           Disseminação do ódio no sermão;
22.           Promiscuidade, dissimulação e hipocrisia;
23.           Demonização do outro;
24.           Falta de misericódia;
25.           Falsidade e traição...
Que tal você ajudar a contruir essa lista também? Sei que todos têm alguma coisa para acrescentar à cada uma dessas três listas acima.
Observem que nessa minha lista de motivos pelos quais Jesus, o Cristo de Deus rejeitaria as igrejas e templos que aí estão, os quatros primeiros ítens giram em torno do dinheiro. Os sete ítens seguintes são sobre dogmas e doutrinas, e os catorze últimos ítens, estão relacionados ao caráter e ao comportamento dos seres humanos.

Pretendo publicar (ainda nesse ano) um texto mais elaborado, que vai analizar as pequisas que abordam o crescimento de 'evangélicos não praticantes', mais conhecidos como 'crentes desigrejados', cujo objetivo é refletir o 'Novo retrato da fé no Brasil'. Não é a toa que cresce no Brasil, o número de cristãos que não querem mais ir à igreja. Esse fenômemo sócio-religioso está construindo a 'Nova face da igreja brasileira'.

Fonte:  Teólogo Fernando Marin

Pequenas modificações feita por Oseias de Lima Vieira