quinta-feira, 15 de novembro de 2012

Os Santos Anciãos da CCB





O Rebatismo Segundo os Santos Anciãos da CCB
INTRODUÇÃO. 
hinos ccb congregação cristã do brasil Hinos CCB   Congregação Cristã do Brasil
A Congregação Cristã no Brasil (CCB) é conhecida no meio dos evangélicos como um movimento que esposa doutrinas controvertidas em relação às demais denominações evangélicas existentes no Brasil e no mundo.

Sua prática de rebatizar membros que migram de outras denominações para as suas fileiras tem sido alvo de muitas pesquisas e considerações à luz das Escrituras Sagradas (a Bíblia).

Entre tantas doutrinas peculiares da CCB estaremos nesse tratado examinando essa polêmica prática do REBATISMO.

Temos conhecimento que não é apenas a CCB que rebatiza membros de outras igrejas, mas a análise doutrinária que fazemos aqui serve também para outras agremiações religiosas que tenham a mesma prática.


DOUTRINA DA CCB. 

No hinário da CCB encontramos 12 pontos de doutrina pelos quais são explanados seu credo doutrinário.

Destacaremos 2 pontos nesse arrazoado para que possamos prosseguir nosso exame do assunto em pauta.

O ponto nº 1, que consideramos o de maior relevância, é assim descrito:

“Nós cremos na inteira Bíblia e aceitamo-la como infalível Palavra de Deus, inspirada pelo Espírito Santo. A Palavra de Deus é a única e perfeita guia da nossa fé e conduta, e a Ela nada se pode acrescentar ou d’Ela diminuir. É também o poder de Deus para a salvação de todo aquele que crê. (II Pedro 1:21; II Tim. 3:16,17; Rom. 1:16)” (Hinos de Louvores e Súplicas a Deus – Livro nº 4 – 9ª Edição – 1994) - Grifos nossos.

Concordamos em gênero, número e grau com esse ponto doutrinário, e não apenas nós, mas a maioria dos credos das mais diversas denominações protestantes e evangélicas. Realmente é um ponto fundamental. Todos os demais pontos de doutrina de uma igreja cristã devem se reger em função deste princípio.

EXAME DOUTRINÁRIO. 

O que as Escrituras dizem a respeito do Batismo cristão? É realmente bíblico o Rebatismo de um cristão que foi batizado por imersão em nome da Santíssima Trindade (Pai, Filho e Espírito Santo)?

Analisaremos cada uma dessas assertivas à luz da Palavra de Deus, que é considerada pela CCB e pelas demais denominações cristãs como a “única e perfeita guia da nossa fé e conduta”.

O BATISMO NOS EVANGELHOS. 

A primeira menção de batismo no Novo Testamento se encontra em Mateus 3:6 referindo-se ao batismo efetuado por João Batista no rio Jordão.

Vemos ainda no versículo 13 do mesmo capítulo que Jesus veio da Galiléia para ser batizado por João, evento esse narrado também pelos outros evangelistas: Marcos 1:9-11, Lucas 3:21,22 e João 1:32-34. Esse era o batismo de João, distinto do batismo cristão praticado pela igreja primitiva após a ressurreição e ascensão de Jesus Cristo.

A ordem de Jesus a respeito do batismo está registrada em 2 evangelhos, e faz parte da grande comissão feita pelo Mestre:

“Portanto ide, ensinai todas as nações, batizando-as em nome do Pai, e do Filho, e do Espírito Santo.” – Mateus 28:19

“E disse-lhes: Ide por todo o mundo, pregai o evangelho a toda a criatura. Quem crer e for batizado será salvo; mas quem não crer será condenado.” - Marcos 16:15,16

Os grifos estão destacando o fato de ser necessário pregar primeiro o evangelho e ensinar o discípulo para que depois de crente fosse batizado.

O BATISMO NO LIVRO DE ATOS.
No livro de Atos dos Apóstolos, considerado como o manual de evangelismo e história da Igreja Primitiva, temos algumas importantes referências ao batismo, que nos instruem acerca da prática apostólica do batismo conforme ordenada pelo Senhor Jesus:

“E disse-lhes Pedro: Arrependei-vos, e cada um de vós seja batizado em nome de Jesus Cristo, para perdão dos pecados; e recebereis o dom do Espírito Santo; porque a promessa vos diz respeito a vós, a vossos filhos, e a todos os que estão longe: a tantos quantos Deus nosso Senhor chamar. E com muitas outras palavras isto testificava, e os exortava, dizendo: Salvai-vos desta geração perversa. De sorte que foram batizados os que de bom grado receberam a sua palavra; e naquele dia agregaram-se quase três mil almas;” – Atos dos Apóstolos 2:38-41

“Mas como cressem em Filipe, que lhes pregava acerca do reino de Deus, e do nome de Jesus Cristo, se batizavam, tanto homens como mulheres.” - Atos 8:12

“Então Filipe, abrindo a sua boca e começando nesta escritura, lhe anunciou a Jesus. E indo eles caminhando, chegaram ao pé de alguma água, e disse o eunuco: Eis aqui água; que impede que eu seja batizado? E disse Filipe: É lícito, se crês de todo o coração. E respondendo ele, disse: Creio que Jesus Cristo é o Filho de Deus. E mandou parar o carro, e desceram ambos à água, tanto Filipe como o eunuco, e o batizou.” – Atos 8:35-38

“E Ananias foi, e entrou na casa, e impondo-lhe as mãos disse: Irmão Saulo, o Senhor Jesus, que te apareceu no caminho por onde vinhas, me enviou, para que tornes a ver e sejas cheio do Espírito Santo. E logo lhe caíram dos olhos como que umas escamas, e recuperou a vista; e, levantando-se, foi batizado.” - Atos 9:17,18

“E dizendo Pedro ainda estas palavras, caiu o Espírito Santo sobre todos os que ouviam a palavra. Respondeu então Pedro: Pode alguém porventura recusar a água, para que não sejam batizados estes, que também receberam como nós o Espírito Santo? E mandou que fossem batizados em nome do Senhor. Então rogaram-lhe que ficasse com eles por alguns dias.” – Atos 10:44,47,48

“E uma certa mulher, chamada Lídia, vendedora de púrpura, da cidade de Tiatira, e que servia a Deus, nos ouvia, e o Senhor lhe abriu o coração para que estivesse atenta ao que Paulo dizia. E, depois que foi batizada ela e a sua casa, nos rogou, dizendo: se haveis julgado que eu seja fiel ao Senhor, entrai em minha casa, e ficai ali. E nos constrangeu a isso.” – Atos 16:14,15

“E tirando-os para fora, disse: Senhores, que é necessário que eu faça para me salvar? E eles disseram: Crê no Senhor Jesus Cristo, e serás salvo, tu e a tua casa. E lhe pregavam a palavra do Senhor, e a todos os que estavam em sua casa. E, tomando-os ele consigo naquela mesma hora da noite, lavou-lhes os vergões; e logo foi batizado, ele e todos os seus.” – Atos 16:30-33

“E sucedeu que, enquanto Apolo estava em Corinto, Paulo, tendo passado por todas as regiões superiores, chegou a Éfeso; e achando ali alguns discípulos, disse-lhes: Recebestes vós já o Espírito Santo quando crestes? E eles disseram-lhe: Nós nem ainda ouvimos que haja Espírito Santo. Perguntou-lhes então: Em que sois batizados então? E ele disseram: No batismo de João. Mas Paulo disse: Certamente João batizou com o batismo do arrependimento, dizendo ao povo que cresse no que após ele havia de vir, isto é, em Jesus Cristo. E os que ouviram foram batizados em nome do Senhor Jesus.” – Atos 19:1-5

“E ele disse: O Deus de nossos pais de antemão te designou para que conheças a sua vontade, e vejas aquele Justo, e ouças a voz da sua boca. Porque hás de ser sua testemunha para com todos os homens do que tens visto e ouvido. E agora por que te deténs? Levanta-te e batiza-te, e lava os teus pecados, invocando o nome do
Senhor.” – Atos 22:14-16



O BATISMO NAS EPÍSTOLAS. 

“Ou não sabeis que todos quantos fomos batizados em Jesus Cristo fomos batizados na sua morte? De sorte que fomos sepultados com ele pelo batismo na morte; para que, como Cristo ressuscitou dos mortos, pela glória do Pai, assim andemos nós também em novidade de vida.” – Romanos 6:3,4

“Porque todos quantos fostes batizados em Cristo já vos revistes de Cristo.” – Gálatas:3:27

“Há um só corpo e um só Espírito, como também fostes chamados em uma só esperança da vossa vocação; Um só Senhor, uma só fé, um só batismo; um só Deus e Pai de todos, o qual é sobre todos, e por todos e em todos.” – Efésios 4:4-6

“Sepultados com ele no batismo, nele também ressuscitastes pela fé no poder de Deus, que o ressuscitou dos mortos.” – Colossenses 2:12

“Que também, como uma verdadeira figura, agora vos salva, batismo, não do despojamento da imundícia da carne, mas da indagação de uma boa consciência para com Deus, pela ressurreição de Jesus Cristo;” – I Pedro 3:21

ANÁLISE DOUTRINÁRIA. 

Como vimos nos textos supracitados o Batismo é uma ordem, um sacramento do Senhor Jesus Cristo.

Vimos que o próprio Senhor Jesus, que não tinha pecado algum, foi batizado por João Batista.

O ato de Jesus se batizar foi uma maneira de se revelar publicamente ao povo como o Cordeiro de Deus que tira o pecado do mundo (João 1:29) e iniciar seu ministério.

Observamos que a Igreja Primitiva evangelizava primeiro, depois batizava os discípulos que cressem no evangelho.

Exatamente como a ordem de Jesus em Marcos e Mateus: - ”Ide por todo o mundo pregai o evangelho” – 1º evangelização – “quem crer e for batizado” – 2º a fé seguida do batismo. “Portanto ide, ensinai todas as nações” – 1º evangelização – “batizando-os” – 2º batismo após ter sido discipulado. (Marcos 16:15,16 – Mateus 28:19)

Pedro no discurso no dia de Pentecostes respondeu aos que creram no seu sermão que é necessário se arrepender e depois ser batizado. (Atos 2:38-41)

Não se batiza pessoas que ainda não foram instruídas acerca do evangelho. Um exemplo claro disso é o eunuco que foi evangelizado por Filipe e depois de crer foi batizado. (Atos 8:35-38)

Paulo após ter encontrado o Senhor Jesus na estrada a caminho de Damasco, ficou sem ver até que foi visitado por Ananias, o qual orou para que recobrasse e vista e também o batizou. (Atos 9:17,18)

Em Atos 22:6-16 e 26:12-18 Paulo deixa mais explícita ainda essa experiência. Podemos concluir baseado nesses relatos que o Senhor Jesus se revelou pessoalmente a Paulo, o que fez desnecessária a evangelização pessoal, já que o mesmo creu após o encontro. Depois o discípulo Ananias enviado por Deus confirmou a fé de Paulo e o batizou para cumprir a ordenança de Jesus.

Podemos conjecturar que Paulo não foi evangelizado por algum discípulo porque estava decidido a prender todos os que proclamassem o evangelho de Jesus. Em Atos 26:11 ele declara que estava enfurecido contra eles, portanto não daria crédito a nada do que lhe falassem. Foi necessário o próprio Senhor aparecer a ele e questioná-lo porque o estava perseguindo. O caso de Paulo é uma exceção. Podemos dizer que Paulo foi “evangelizado” pelo próprio Senhor Jesus.

Outro relato encontrado em Atos é a evangelização de Cornélio e sua família, que foi batizada no Espírito Santo durante a pregação de Pedro. Logo após crerem foram batizados nas águas. (Atos 10:44-48)

Lídia ouvia a pregação evangelística de Paulo e foi convencida pelo Espírito Santo. Logo após foi batizada ela e sua família. (Atos 16:14,15)

Ao carcereiro de Filipos Paulo e Silas pregaram o evangelho após serem questionados sobre o que deveria fazer para ser salvo. Ato contínuo foram batizados ele e a sua família. (Atos 16:30-33)

A passagem de Paulo em Éfeso apresenta um rebatismo, porém não em nome da Trindade, como foi ordenado por Jesus. Os discípulos que ali se encontraram com o apóstolo não sabiam que existia um Espírito Santo, e eram batizados apenas no batismo de João Batista. Paulo esclareceu-os a respeito e batizou-os no batismo de Jesus. (At. 19:1-5)

Essa passagem em particular tem sido usada como argumento para os anciães e membros da CCB dizerem que é bíblico o rebatismo de cristãos. Porém o fato é que os efésios eram apenas batizados no batismo de João e não no batismo cristão em nome da Trindade como ordenou Jesus. Os cristãos da CCB dizem que o batismo de outras denominações é igual ao batismo de João porque o homem é que batizou. Dizem que na CCB Deus chama, e nas seitas (como chamam as outras denominações) é o homem quem determina o batismo, por isso não tem valor. Confusão, ignorância e prepotência da parte desses “irmãos”.

- Confusão: - por desconhecerem a diferença entre o batismo de João e o de Cristo.

- Ignorância: - por fazerem analogia de duas coisas distintas.

- Prepotência: - por julgarem que Deus só age na igreja deles e através deles.



O BATISMO – SEU SIMBOLISMO.

É concorde entre a maioria esmagadora das denominações cristãs (evangélicas ou protestantes) que o batismo além de ser uma ordenança, é um símbolo, uma analogia, uma representação do sacrifício de Jesus.

O batismo, como Paulo explica em suas epístolas, é uma cerimônia na qual o fiel é identificado com Cristo na sua morte. É um testemunho público de profissão de fé no Salvador Jesus Cristo. É símbolo de sepultamento quando a pessoa é imersa (submersa) nas águas e de ressurreição quando é emersa das mesmas. É também uma figura de lavagem, de purificação. (Gálatas 3:27 – Colossenses 2:12)

Porém o batismo em si não lava, não perdoa, não regenera, não purifica. Ele é apenas uma cerimônia, um rito. A compreensão do mesmo está em ser visto como um mandamento a ser obedecido, uma decisão de andar e servir a Cristo por parte de quem já foi lavado, perdoado, regenerado, purificado e renovado no ato de crer e receber ao Senhor Jesus Cristo como seu único, suficiente, exclusivo e eterno Salvador. (João 1:12)

O BATISMO NA CCB.

No ponto de doutrina nº 6 da CCB lemos o seguinte:

“Nós cremos no batismo na água, com uma só imersão, em Nome de Jesus Cristo (Atos 2:38) e em Nome do Pai e do Filho e do Espírito Santo. (Mateus 28:18,19) – (Hinos de Louvores e Súplicas a Deus – Livro nº 4 – 9ª Edição - 1994)

Percebemos nesta declaração uma grande divergência quanto ao mandamento de Jesus exarado nas Escrituras (Mateus 28:19) e seguido fielmente pelas demais denominações cristãs com o batismo da CCB.

Na CCB eles batizam em nome de Jesus Cristo e em nome do Pai e do Filho e do Espírito Santo, contrariando a ordem de Jesus em Mateus 28:19. Quando os apóstolos e discípulos em Atos batizavam está registrado que foi em nome do Senhor (Atos 10:48), em nome do Senhor Jesus (Atos 19:5), e em nome de Jesus Cristo(Atos 2:38). São três expressões diferentes, portanto não é uma fórmula batismal como a de Jesus em Mateus 28:19.

O que acontece é que quando é dito que foram batizados em nome de Jesus Cristo, em nome do Senhor, e em nome do Senhor Jesus, significa que o batismo está na autoridade do nome de Jesus, porém os apóstolos seguiam a fórmula batismal designada por Jesus em Mateus 28:19 – Em nome do Pai, e do Filho, e do Espírito Santo.

Essa confusão doutrinária faz com que a CCB cometa uma redundância quanto a fórmula batismal. Qual é o nome do Filho? Não é Jesus? Então porque duas vezes citar o Filho?

A CCB chega ao ponto de ensinar, como foi presenciado por este que escreve estas linhas, que mesmo que você tenha sido batizado em nome do Pai, e do Filho, e do Espírito Santo em outra denominação, você não foi batizado em nome de Jesus Cristo, portanto o seu batismo não teve valor!!! Absurdo de gente que não tem honestidade ao interpretar e ensinar as Escrituras Sagradas!

Criticam o fato das outras denominações cristãs discipularem as pessoas para depois se batizarem, dizendo que Deus tem de chamar as pessoas nas águas. Onde está a base bíblica para afirmar que Deus chama para o batismo? Batismo é questão de obediência ao mandamento de Jesus em Mateus 28:19. É decisão consciente do crente na pregação apostólica do evangelho de Cristo. Não é uma questão subjetiva, emocional de sentir que Deus está chamando.

Deus realmente chama a pessoa no ato que ela crê no evangelho. Não é chamar para se batizar ou rebatizar, mas o Espírito Santo convence a pessoa do pecado, da justiça e do juízo. (João 16:8)

A pessoa responde ao apelo interno do Espírito de Deus e recebe a Graça de Deus, que nada mais é que o sacrifício vicário (substitutivo) de Jesus na Cruz do Calvário em favor dos nossos pecados.

Essa é a Graça de Deus, não uma denominação, não uma igreja, mas o ato de Jesus pagar o preço da nossa redenção.

Ser chamado na graça é através do ato de crer no evangelho e receber o Senhor Jesus como Salvador Pessoal. E isso é feito não apenas na CCB, mas em qualquer denominação cristã, pois nenhuma delas possui o monopólio da salvação.

Salvação é dom de Deus (Efésios 2:8) não de homens ou de igrejas!!! Em Romanos Paulo diz que “todo aquele que invocar o nome do Senhor será salvo.”(Romanos 10:13) Não diz que todo aquele que se batizar ou rebatizar na CCB será salvo.

A UNIDADE DA FÉ. 

Em Efésios 4:4 Paulo começa a explicar que fomos chamados em uma só esperança da nossa vocação. Há um só corpo, um só Espírito, um só Senhor, uma só fé, um só batismo, um só Deus e Pai de todos.

É um só batismo, uma só vez. Não podemos usar o exemplo dos discípulos que Paulo encontrou em Éfeso que só eram batizados com o batismo de João para justificar um rebatismo cristão em nome do Pai, e do Filho, e do Espírito Santo. Não há base bíblica para tal inferência .

Á luz dessas passagens podemos chegar à conclusão definitiva de que REBATISMO é apenas um banho. O primeiro batismo que foi feito com consciência e entendimento é que foi o compromisso real. Deus não é Deus de brincadeira nem de confusão. O compromisso que fizeste com Ele foi real e não ficção.

 

CAUSAS QUE LEVAM AO REBATISMO. 

Entre tantas outras podemos citar 3 causas que podem ocasionar um rebatismo:

EMOÇÃO – A pessoa vai assistir um batismo (ou vários) na CCB e fica esperando para ver se Deus vai “chamar” para se rebatizar na “graça” verdadeira. Pede sinal para Deus confirmar se deve ou não se rebatizar. Qualquer emoção diferente ou palavra que fale sobre a sua situação (ser batizado em outra igreja) acha que é uma confirmação. Acaba muitas vezes aos prantos cedendo ao rebatismo.

PRESSÃO – A pessoa sabe que a CCB não aceita o seu batismo feito em outra denominação e que por isso não tem liberdade, não é considerado “irmão”, mas é chamado de “testemunhado” (palavra que não existe na Bíblia), não pode participar da santa ceia, etc. Por isso acaba cedendo ao rebatismo.

CONFUSÃO – A pessoa fica maravilhada ao ouvir tantos testemunhos que pensa estar na “única igreja verdadeira”, “na graça de Deus”, no “único caminho”. Se acontece milagres, deduz, é porque é aqui o verdadeiro e único caminho. A partir dessa confusão o rebatismo é só uma questão de tempo.

CONCLUSÃO. 

UMA VEZ REBATIZADO E ARREPENDIDO O QUE FAZER. 

Muitas pessoas se rebatizam por uma ou todas essas causas descritas acima, e ao cair em si (isso pode levar dias, meses ou anos) se arrependem. O que fazer ao perceber que cometeu tamanho erro?

Primeiro Passo – Reconheça diante de Deus que você agiu contra a Palavra de Deus (a Bíblia). Peça perdão crendo que Deus está pronto para perdoar e purificar de toda a injustiça. (I João 1:9).

Segundo Passo – Entenda que o seu primeiro compromisso com Deus foi real e não algo sem importância. Compreenda que batismo não é uma ordenança de nenhuma igreja, e sim um mandamento de Jesus Cristo. (Mateus 28:19)

Terceiro Passo – Instrua outros que estão prestes a cometer o mesmo erro, advertindo-os que batismo não é questão de emoção, mas sim de obediência a Palavra de Deus.

terça-feira, 6 de novembro de 2012




Estudo sobre a vida e obra de Agostinho de Hipona

O nome de Agostinho (Aurelius Augusinus) ocupa lugar de destaque não só na história do dogma, mas também na história geral da cultura. Além da teologia, os campos da filosofia, literatura, governo eclesiástico e jurisprudência também foram influenciados por seus escritos.
Foi um bispo, escritor, teólogo, filósofo e é um Padre latino e Doutor da Igreja Católica.
Na Igreja Católica, e na Igreja Anglicana, é considerado santo, e importante Doutor da Igreja, e o patrono da ordem religiosa agostiniana. Muitos protestantes, especialmente os calvinistas, mas também os luteranos consideram-no como um dos pais teólogos da Reforma Protestante ensinando a salvação e a graça divina.
Na Igreja Ortodoxa Oriental ele é louvado, e seu dia festivo é celebrado em 15 de junho, apesar de uma minoria ser da opinião que ele é um herege, principalmente por causa de suas mensagens sobre o que se tornou conhecido como a cláusula filioque. Entre os ortodoxos é chamado de "Agostinho Abençoado", ou "Santo Agostinho o Abençoado”.
A posição teológica de Agostinho enquadra-se na da igreja antiga, a qual ele completou ao menos no que se refere à sua parte “ocidental”. Reuniu e articulou a tradição cristã. Mas, ao mesmo tempo, contribuiu com algo de novo.
Do ponto de vista filosófico, Agostinho era neoplatônico. Essa escola de pensamento exerceu influência decisiva sobre ele, e nunca ele deixou de apresentar suas doutrinas cristãs em categorias derivadas dela. Podemos afirmar que do ponto de vista formal, a teologia de Agostinho é uma síntese de formas de pensamento cristãs e neoplatônicas.
Agostinho (355-430 d.C.) nasceu em Tagaste, no norte da África. Sendo sua mãe uma cristã devota, ele conheceu o Cristianismo desde cedo, mas seguiu por outros caminhos. Durante um grande período viveu em busca de prazeres, até que leu a obra O Hortêncio, de Cícero, quando começou uma busca incansável pela verdade. Essa busca começou no maniqueísmo, uma seita persa que ensinava a existência de dois princípios no Universo, o bem e o mal, que lutavam entre si. Os maniqueus consideravam o mal como princípio independente ao lado de Deus, poder que limitava o domínio de Deus e contra o qual Deus combatia. O maniqueísmo também se caracterizava por seu código de ética ascético, que frequentemente chegava ao oposto – ao libertinismo – entre seus membros.
Agostinho abandonou essa forma de pensar quando teve contato com a filosofia neoplatônica. No contexto do neoplatônico, conceituava-se o mal como qualidade negativa, não ser, apenas ausência do bem. Agostinho aceitou esta definição de mal, a qual constituiu a origem de seu diagnóstico da natureza do pecado.
Mais tarde Agostinho entrou em contato na Itália com Ambrósio de quem aprendeu a ler a Bíblia de maneira alegórica, método este que se tornou presente em suas leituras.
Segundo Agostinho sua conversão se deu através da passagem da Carta de Paulo aos Romanos (13.13-14). Estas palavras o levaram a abandonar sua vida mundana.

O Conceito Básico de Cristianismo de Agostinho

Agostinho desde sua conversão submeteu-se à autoridade da igreja e aceitou os ensinamentos da Escritura como regra de fé.
Em sua opinião, o cristianismo é o neoplatonismo não se excluíam mutuamente. Acreditava que, em vez disso, ideias neoplatônicas o capacitaram a encontrar o cristianismo e a entender suas implicações mais profundas. Como resultado, os fundamentos de sua posição teológica foram sempre, ao menos em parte, determinados por pressupostos neoplatônicos.
Depois de converter-se, Agostinho entendeu a relação entre teologia e filosofia de acordo com a seguinte fórmula: “Creio para que possa compreender”. A submissão à autoridade ocupava agora o primeiro lugar em sua vida. Acreditava agora que só pela fé se podia chegar a conhecer verdadeiramente a Deus, aceitando a verdade revelada. Não concluía com isso, entretanto, que a possibilidade de considerar a fé em termos racionais ficava excluída; julgava que a verdade da fé também podia ser alvo de compreensão, pelo menos até certo ponto. Mas o pensamento filosófico não mais ocupava o lugar de honra em sua vida. Agostinho substituiu este pensamento filosófico pela fé e pela submissão à autoridade da Escritura.
O neoplatonismo ensinava que a tendência mais elementar encontrada no homem é sua busca da felicidade, e é esta ideia, acima de tudo, que constituiu a o elo entre Agostinho e este sistema de pensamento. Em sua opinião, o pressuposto básico de todo esforço humano se encontra na concentração do homem sobre um objeto que lhe promete trazer certos benefícios. “Certamente todos desejamos viver felizes” dizia Agostinho.
Agostinho percebeu que a filosofia levanta questionamentos que a mesma não podia responder e não encontrava resposta satisfatória, pois todo bem humano trazia uma felicidade temporária. Contudo foi na Escritura Sagrada que ele descobriu a resposta que trouxe a sua alma paz. Agostinho percebeu que o homem não se satisfaz com que é apenas parcialmente bom ou que oferece valores de qualidade inferior. O que o homem realmente deseja é o “bem supremo”, isto é, aquilo onde possa dirigir suas aspirações mais profundas, algo de valor absoluto, um bem imutável e permanente. O próprio Agostinho afirma que apenas Deus é este bem supremo.
Conforme Agostinho, o alvo mais elevado é união com o bem supremo, como algo transcendente, não encontrado na esfera humana.
Agostinho distinguia entre o amor ao bem supremo (caritas), e o amor ao mundo (cupiditas) a saber, o desejo de buscar o bem nas coisas temporais. Caritas é a única forma de amor verdadeiro; cupiditas é uma forma falsa, pervertida.

A Doutrina da Igreja Segundo Agostinho
Com respeito à doutrina da Igreja, Agostinho continuou a desenvolver a tradição ocidental que se originara, acima de tudo, com Cipriano.
O que levou Agostinho a desenvolver seu conceito de igreja mais cuidadosamente foi a controvérsia donatista[1], que provocara divisões na igreja do Norte da África desde o final do terceiro século.
Este cisma principiou durante a perseguição de Diocleciano. Certas questões práticas relacionadas com a perseguição formaram a base das dificuldades. Por exemplo: cópias da Escritura poderiam ser entregues aos pagãos? (Poderia os pagãos ter acesso às escrituras?).
Originalmente essa, controvérsia também incluía uma questão pessoal: certo bispo de Cartago fora consagrado por alguém que entregara Escritura às autoridades romanas para serem destruídas durante um período de perseguição. O partido rigoroso era de opinião que tal ato (consagração deste homem – sua autoridade foi questionada) não era válido. Posteriormente a controvérsia ampliou-se a questão do batismo válido, da santidade da igreja, etc.
Os donatistas perpetuaram a antiga tradição pneumática: os únicos ocupantes legítimos de cargos são os que possuem os dons do Espírito (Pensamento defendido por Cipriano). Reconhecem como bispos verdadeiros apenas aqueles que demonstram, por suas vidas inatacáveis e seus dons, que são os portadores do Espírito. Esta posição levou-os também a questionar os batismos e ordenação de pessoas foram batizados por estes homens considerados indignos do ministério sacerdotal.
A posição dos donatistas como manifesta nas questões práticas acima mencionadas relacionava-se com seu conceito de igreja. Concebiam a igreja como comunhão dos santos. E, uma vez que a igreja existente tolerava os hipócritas e os que uma vez tinham apostatado, ou adotavam uma posição branda quanto à penitência, afirmavam que era necessário romper com essa igreja existente. Ela não eram mais uma igreja legitima.
Os donatistas insistiam que os que deixavam a igreja existente para filiar-se a sua organização tinham que ser rebatizados, uma vez, que não consideravam válido o batizo e nem a ordenação feita por uma falsa religião ou igreja.
 Agostinho apresentou suas ideias principais sobre a questão da igreja e dos sacramentos em oposição às doutrinas donatistas. Agostinho defendia que não era necessário o rebatismo e nem a reordenação, se colocando nesta questão em desacordo com Cipriano, faz distinção entre o sacramento em si e a eficácia do sacramento, o que Cipriano não fazia tal pensamento valia também para a questão da ordenação. Desta forma um herético batizado recebe o batismo assim como um justo, mas a eficácia deste sacramento só se concretiza na vida daquele que tem amor a unidade da igreja. Este principio, também era valido se uma pessoa fosse batizada ou ordenada por um herege. O que se conta é se o batizado ou ordenado está vivendo em unidade, ligado em uma comunhão plena com a Igreja Católica. Ele acreditava que só recebia o Espírito Santo por meio da Igreja Católica. A eficácia esta vinculada a unidade com a igreja institucional (que para ele representa estar ligada a igreja espiritual).
Quanto aos sacramentos, Agostinho usava o termo de uma forma mais ampla que a nossa. Entretanto, concordava que o batismo e a ceia do Senhor são os principais sacramentos. Influenciado pelo neoplatonismo, ele concebia nos elementos dos sacramentos um valor externo (símbolos que apontam à realidade espiritual) e valores espirituais para os mesmos. Os sacramentos são sinais externos que possuem conteúdo espiritual. Mas não estão necessariamente ligados a estes sinais.
Esta visão de Agostinho revela sua visão da igreja. Portanto, a igreja para ele era uma organização externa (institucional, visível, local) e a comunhão dos santos (invisível, espiritual, a verdadeira igreja). Estas não são idênticas, pois muitos dos que pertencem à igreja no sentido externo não estão numerados entre os verdadeiros crentes.
Agostinho acreditava também que existia uma terceira igreja, ele se refere a ela quando fala dela como números de predestinados. Este grupo de pessoas não pertence nem a igreja visível, nem a invisível.
A doutrina da Igreja de Agostinho foi importante, não apenas para a controvérsia donatista, mas também para sua descrição do reino de Deus e do reino do mundo apresentada em seu escrito A Cidade de Deus. Os 22 livros desta obra, completados durante os anos 413 a 426, foram escritos especialmente como apologia dirigida contra os pagãos que culpavam os cristãos pelos infortúnios sofridos pela sociedade.
Durante a Idade Média, entretanto, o pensamento de Agostinho foi interpretado como significando que o estado está subordinado à igreja, e A Cidade de Deus realmente tornou-se o fundamento da doutrina da supremacia papal sobre a autoridade secular. O conceito hierárquico, portanto, representava uma reinterpretação do ponto de vista de Agostinho.
De certa forma sua teologia colaborou para este erro, pois a afirmação de que a igreja é a única representante verdadeira do Reino de Deus e que somente nela se encontra salvação, levou a interpretação que somente a igreja governando o estado terreno poderia levar a sociedade a salvação.



A Doutrina De Pecado E Graça De Agostinho
Agostinho afirmou, em oposição a Pelágio, que a salvação é obra do próprio Deus; não é de origem humana. Numa controvérsia, o ponto principal se referia à relação entre as naturezas divina e humana em Cristo; na outra, à relação entre graça de Deus e o livre arbítrio do homem.
Agostinho opunha-se categoricamente a tais idéias de Pelágio. Seus conceitos de liberdade, de pecado e graça foram apresentados em vários escritos dirigidos contra o pelagianismo (cf. De Spiritu Et Littera, 412; De Natura Et Gratia, 415; Contra Julianum, 421). A controvérsia dizia respeito, em sua maior parte, aos seguintes pontos: o livre arbítrio, o pecado original, a conquista da salvação, graça e predestinação.
Agostinho descreve o homem diferenciando-o em quatros etapas: antes da queda, depois da queda, depois da conversão e na perfeição.
Livre arbítrio: No assim chamado estado original, isto é, quando o primeiro homem foi criado, ele possuía medida completa de liberdade. Tinha então livre arbítrio não somente no campo da ação; também era capaz de escolher entre o bem e o mal.
A capacidade de escolher o bem (evitar o pecado), segundo Agostinho, não pertencia ao homem por causa de seus dons naturais; pertencia-lhe somente por causa da ajuda da graça divina. Era a prima gratia que dava ao homem a liberdade de escolher o bem.
Mas a liberdade também encerra a possibilidade de uma queda, e o primeiro pecado foi ocasionado pelo livre arbítrio. A queda significa que o homem, em espírito de arrogância, afastou-se de Deus e se colocou na direção do mal. A caritas foi substituída pela cupiditas na vida do homem. O homem perdeu assim a dádiva da graça, e com ela a liberdade que constituía a capacidade de escolher o bem. Pois quando a graça foi perdida, alterou-se a natureza humana. A razão e a vontade não mais controlam os poderes inferiores da alma; por outro lado, estes poderes assumiram posição dominante, e o homem, como resultado, viu-se enredado nas malhas do desejo e guiado pela concupiscência. O homem é incapaz de livrar-se da servidão à concupiscência, porque nesta situação o mundo é o objetivo primordial de sua vontade, e não Deus.
A queda, portanto, significa que o homem perdeu a liberdade de escolher o bem. Como consequência, o homem agora se sente impelido a pecar. Aqui Agostinho opõe-se a Pelágio. Agostinho negava que o homem, depois da queda continuava a possuir livre arbítrio no verdadeiro sentido, a saber, a liberdade de escolher o bem. Em vez disso, está sob o impulso de pecar, o que quer dizer que age de tal maneira que a corrupção é inevitável. Boas obras isoladas podem ser realizadas, mas estas não modificam a intenção má de sua vontade.
Agostinho não é determinista, ele compreendia que o homem possuía uma liberdade limitada ou corrompida por causa de sua queda. A tendência do homem de escolher o mal determina o curso de sua conduta e o impede de fazer o bem.
Pecado: Para Agostinho o pecado original foi uma ofensa a Deus e que trouxe culpa ao homem perante Deus. A culpa herdada pelo pecado original é removida pelo batismo, de modo que o pecado original não é mais contado como pecado. Apesar disso, a condição pecaminosa permanece, mesmo depois do batismo.
O pecado não é simplesmente uma série de ações voluntárias isoladas; é corrupção real da natureza, resultante do fato que a própria direção da vontade está deturpada. Agostinho descreveu o pecado como perversão da vontade. Nisto vemos o principal ponto de conflito entre ele e Pelágio.
O pensamento que o pecado está implícito na natureza humana é sugerido pela própria ideia de ser a corrupção herdada. O Adão bíblico é o “homem” em geral (representa toda raça humana – é a semente de toda raça). Todos participam na culpa de Adão.
Assim também acontece com a corrupção humana; ela igualmente é herdada, como resultado da desobediência de Adão. Além disso, na opinião de Agostinho, nossa condição pecaminosa herdada também nos torna culpados perante Deus.
Pecado nas crianças: Agostinho concluiu que crianças não batizadas estão sujeitas à condenação. A teologia católica romana posterior abrandou esta afirmação de várias maneiras, e mesmo Agostinho sugeriu que as orações da família podiam, em alguns casos, substituir o batismo.
Limbo: Agostinho sugere que as crianças que morrem sem ser batizadas vão para um lugar chamado “limbo”, que não é o paraíso nem o hades (inferno) – nem bem-aventurança, nem sofrimento – um lugar à margem do inferno que abriga os não regenerados sem culpa pessoal.
A doutrina do pecado original também supõe a unidade da raça humana em Adão. Pois, caso contrário, como podia ser atribuída culpa ou responsabilidade a um indivíduo por algo que não fez? A posição agostiniana nesta questão não distingue entre crianças e adultos; a mesma ofensa se aplica a todos.
O pecado é um afastar-se de Deus por parte da vontade do homem, não se trata apenas de ações isoladas. Depois da queda o homem tornou-se incapaz de fazer o bem. Pode ocasionalmente fazer o bem, mas sua vontade é dominada pelo mal e suas ações sempre o dirigem a corrupção. Portanto para Agostinho não existe mais livre arbítrio e sim um servo arbítrio – que corresponde a dizer que o homem é incapaz de cooperar no interesse de sua salvação.
Salvação: A salvação resulta do perdão dos pecados, mediante a fé, independentemente de mérito humano. Nada há que o homem possa fazer de si mesmo para realizar esta salvação. Este foi o principal argumento de Agostinho contra Pelágio. Agostinho tomou esta ideia básica de Paulo, cuja doutrina da justificação pela fé teve influência decisiva sobre Agostinho. A vontade do homem é incapaz de fazer o bem e, portanto, a salvação deve ser obra do próprio Deus.
Mas, para Agostinho, graça inclui a regeneração do homem. A vontade do homem se altera, o amor é derramado nele; como resultado disto, o homem pode fazer verdadeiramente o que é bom e pode tornar-se cooperador de Deus na fé. Encarado de certo modo, Agostinho parece dizer que esta regeneração é o alvo. O amor a Deus (caritas) é o pressuposto da salvação do homem. Esta interpretação de Paulo, feita por Agostinho, é diferente da dos Reformadores. Para os reformadores somente a fé em Cristo e em sua obra que justifica o homem. O homem é salvo pela fé e nada mais.
Predestinação: A oposição de Agostinho a Pelágio expressou-se mais fortemente em sua doutrina da predestinação. A graça, que é a única fonte da salvação do homem, é a vontade misericordiosa de Deus; ela é, ao mesmo tempo, onipotente. A onipotência desta graça significa que a salvação do homem depende apenas da vontade e do decreto de Deus. A esse pensamento deu-se o nome de monergismo[2]. Deus, na eternidade, escolheu certos homens para serem arrancados da massa corrupta e para participarem de sua salvação. “Agostinho baseou esta conclusão em Romanos 8.30 – E aos que predestinou, a esses também chamou; e aos que chamou, a esses também justificou; e aos que justificou, a esses também glorificou”.
O fundamento decisivo da salvação humana, portanto, não se encontra em nosso méritos ou no livre arbítrio, mas, ao invés disso, na vontade de Deus. Para Agostinho, isto significava que os que foram escolhidos um dia serão salvos. Não se pode imaginar que venham a cair novamente aqueles que uma vez chegaram a crer. A graça os supre não apenas com a fé, mas também com o dom da perseverança. Esta linha de pensamento fez surgir a teoria denominada “graça irresistível”. O termo em si, só foi usado mais tarde pelos reformadores.
Agostinho acreditava até que os predestinados podem existir fora da igreja. Essas pessoas seriam salvos pelo poder da graça que operaria sem os meios ao nosso dispor. Seguindo esta linha de pensamento, se alguém não era salvo, era porque Deus não desejou sua salvação, pois nada pode ser feito sem a vontade e o poder de Deus; e nada que Deus queira realizar é impossível para Ele.
Criação: Agostinho rejeitava a interpretação literal dos sete dias da criação e entendia os “dias” da criação como épocas ou eras de duração indefinida.

Podemos dizer que o pensamento teológico de Agostinho foi sendo moldado no decurso de suas controvérsias, que deram em três etapas:
Primeira: No combate ao maniqueísmo.
Segunda: No combate aos donatistas.
Terceira: No combate à Pelágio e seus seguidores.


Referências
CAIRNS, Earle E. Cristianismo Através dos Séculos. São Paulo, Editora Vida Nova, 2008.
GILSON, Etienne. Introdução ao estudo de Santo Agostinho. São Paulo, Paulus, 2006.
OLSON, Roger E. História da Teologia Cristã. São Paulo, Editora Vida, 2001.
http://pt.wikipedia.org/wiki/Donatismo< disponível em 03 de novembro de 2012.


[1] O Donatismo (cujo nome advém de Donato de Casa Nigra, bispo da Numídia e posteriormente de Cartago) foi uma seita religiosa cristã, considerada herética e cismática pelo catolicismo. Surgiu nas províncias do Norte de África na Antiguidade Tardia. Iniciou-se no início do século IV e foi extinta no final do século VII. Os autores que mais influenciaram os donatistas, em termos de doutrina religiosa, foram São Cipriano, Montano e Tertuliano.

[2] Monergismo é a crença de que a agência humana é inteiramente passiva e a de Deus totalmente determinante, tanto na história universal quanto na salvação individual. Deus é o único agente e energia ativa na salvação do homem.