Estudo sobre a vida e
obra de Agostinho de Hipona
O nome de
Agostinho (Aurelius Augusinus) ocupa lugar de destaque não só na história do
dogma, mas também na história geral da cultura. Além da teologia, os campos da
filosofia, literatura, governo eclesiástico e jurisprudência também foram
influenciados por seus escritos.
Foi um bispo, escritor, teólogo, filósofo e é um Padre latino e Doutor da Igreja
Católica.
Na Igreja Católica, e na Igreja Anglicana, é considerado santo, e
importante Doutor da Igreja, e o patrono da ordem religiosa agostiniana. Muitos
protestantes, especialmente os calvinistas, mas também os luteranos consideram-no
como um dos pais teólogos da Reforma Protestante ensinando a salvação e a graça
divina.
Na Igreja Ortodoxa Oriental ele é louvado, e seu dia festivo é celebrado
em 15 de junho, apesar de uma minoria ser da opinião que ele é um herege,
principalmente por causa de suas mensagens sobre o que se tornou conhecido como
a cláusula filioque. Entre os ortodoxos é chamado de "Agostinho
Abençoado", ou "Santo Agostinho o Abençoado”.
A posição
teológica de Agostinho enquadra-se na da igreja antiga, a qual ele completou ao
menos no que se refere à sua parte “ocidental”. Reuniu e articulou a tradição
cristã. Mas, ao mesmo tempo, contribuiu com algo de novo.
Do ponto de
vista filosófico, Agostinho era neoplatônico. Essa escola de pensamento exerceu
influência decisiva sobre ele, e nunca ele deixou de apresentar suas doutrinas
cristãs em categorias derivadas dela. Podemos afirmar que do ponto de vista
formal, a teologia de Agostinho é uma síntese de formas de pensamento cristãs e
neoplatônicas.
Agostinho (355-430 d.C.) nasceu em Tagaste, no norte da África. Sendo
sua mãe uma cristã devota, ele conheceu o Cristianismo desde cedo, mas seguiu
por outros caminhos. Durante um grande período viveu em busca de prazeres, até
que leu a obra O Hortêncio,
de Cícero, quando começou uma busca incansável pela verdade. Essa busca começou
no maniqueísmo, uma seita persa que ensinava a existência de dois princípios no
Universo, o bem e o mal, que lutavam entre si. Os maniqueus consideravam o mal como
princípio independente ao lado de Deus, poder que limitava o domínio de Deus e
contra o qual Deus combatia. O maniqueísmo também se caracterizava por seu
código de ética ascético, que frequentemente chegava ao oposto – ao
libertinismo – entre seus membros.
Agostinho
abandonou essa forma de pensar quando teve contato com a filosofia
neoplatônica. No contexto do neoplatônico, conceituava-se o mal como qualidade
negativa, não ser, apenas ausência do bem. Agostinho aceitou esta definição de
mal, a qual constituiu a origem de seu diagnóstico da natureza do pecado.
Mais tarde
Agostinho entrou em contato na Itália com Ambrósio de quem aprendeu a ler a
Bíblia de maneira alegórica, método este que se tornou presente em suas
leituras.
Segundo
Agostinho sua conversão se deu através da passagem da Carta de Paulo aos
Romanos (13.13-14). Estas palavras o levaram a abandonar sua vida mundana.
O Conceito Básico de Cristianismo de Agostinho
Agostinho
desde sua conversão submeteu-se à autoridade da igreja e aceitou os
ensinamentos da Escritura como regra de fé.
Em sua
opinião, o cristianismo é o neoplatonismo não se excluíam mutuamente.
Acreditava que, em vez disso, ideias neoplatônicas o capacitaram a encontrar o
cristianismo e a entender suas implicações mais profundas. Como resultado, os
fundamentos de sua posição teológica foram sempre, ao menos em parte,
determinados por pressupostos neoplatônicos.
Depois de
converter-se, Agostinho entendeu a relação entre teologia e filosofia de acordo
com a seguinte fórmula: “Creio para que possa compreender”. A submissão à
autoridade ocupava agora o primeiro lugar em sua vida. Acreditava agora que só
pela fé se podia chegar a conhecer verdadeiramente a Deus, aceitando a verdade
revelada. Não concluía com isso, entretanto, que a possibilidade de considerar
a fé em termos racionais ficava excluída; julgava que a verdade da fé também
podia ser alvo de compreensão, pelo menos até certo ponto. Mas o pensamento
filosófico não mais ocupava o lugar de honra em sua vida. Agostinho substituiu
este pensamento filosófico pela fé e pela submissão à autoridade da Escritura.
O
neoplatonismo ensinava que a tendência mais elementar encontrada no homem é sua
busca da felicidade, e é esta ideia, acima de tudo, que constituiu a o elo
entre Agostinho e este sistema de pensamento. Em sua opinião, o pressuposto
básico de todo esforço humano se encontra na concentração do homem sobre um
objeto que lhe promete trazer certos benefícios. “Certamente todos desejamos
viver felizes” dizia Agostinho.
Agostinho
percebeu que a filosofia levanta questionamentos que a mesma não podia
responder e não encontrava resposta satisfatória, pois todo bem humano trazia
uma felicidade temporária. Contudo foi na Escritura Sagrada que ele descobriu a
resposta que trouxe a sua alma paz. Agostinho percebeu que o homem não se
satisfaz com que é apenas parcialmente bom ou que oferece valores de qualidade
inferior. O que o homem realmente deseja é o “bem supremo”, isto é, aquilo onde
possa dirigir suas aspirações mais profundas, algo de valor absoluto, um bem
imutável e permanente. O próprio Agostinho afirma que apenas Deus é este bem
supremo.
Conforme
Agostinho, o alvo mais elevado é união com o bem supremo, como algo
transcendente, não encontrado na esfera humana.
Agostinho
distinguia entre o amor ao bem supremo (caritas), e o amor ao mundo (cupiditas)
a saber, o desejo de buscar o bem nas coisas temporais. Caritas é a única forma
de amor verdadeiro; cupiditas é uma forma falsa, pervertida.
A Doutrina da Igreja Segundo Agostinho
Com
respeito à doutrina da Igreja, Agostinho continuou a desenvolver a tradição
ocidental que se originara, acima de tudo, com Cipriano.
O que levou
Agostinho a desenvolver seu conceito de igreja mais cuidadosamente foi a
controvérsia donatista[1],
que provocara divisões na igreja do Norte da África desde o final do terceiro
século.
Este cisma
principiou durante a perseguição de Diocleciano. Certas questões práticas
relacionadas com a perseguição formaram a base das dificuldades. Por exemplo:
cópias da Escritura poderiam ser entregues aos pagãos? (Poderia os pagãos ter
acesso às escrituras?).
Originalmente
essa, controvérsia também incluía uma questão pessoal: certo bispo de Cartago
fora consagrado por alguém que entregara Escritura às autoridades romanas para
serem destruídas durante um período de perseguição. O partido rigoroso era de
opinião que tal ato (consagração deste homem – sua autoridade foi questionada)
não era válido. Posteriormente a controvérsia ampliou-se a questão do batismo
válido, da santidade da igreja, etc.
Os
donatistas perpetuaram a antiga tradição pneumática: os únicos ocupantes
legítimos de cargos são os que possuem os dons do Espírito (Pensamento
defendido por Cipriano). Reconhecem como bispos verdadeiros apenas aqueles que
demonstram, por suas vidas inatacáveis e seus dons, que são os portadores do
Espírito. Esta posição levou-os também a questionar os batismos e ordenação de
pessoas foram batizados por estes homens considerados indignos do ministério
sacerdotal.
A posição
dos donatistas como manifesta nas questões práticas acima mencionadas
relacionava-se com seu conceito de igreja. Concebiam a igreja como comunhão dos
santos. E, uma vez que a igreja existente tolerava os hipócritas e os que uma
vez tinham apostatado, ou adotavam uma posição branda quanto à penitência,
afirmavam que era necessário romper com essa igreja existente. Ela não eram
mais uma igreja legitima.
Os
donatistas insistiam que os que deixavam a igreja existente para filiar-se a
sua organização tinham que ser rebatizados, uma vez, que não consideravam
válido o batizo e nem a ordenação feita por uma falsa religião ou igreja.
Agostinho apresentou suas ideias principais
sobre a questão da igreja e dos sacramentos em oposição às doutrinas
donatistas. Agostinho defendia que não era necessário o rebatismo e nem a
reordenação, se colocando nesta questão em desacordo com Cipriano, faz
distinção entre o sacramento em si e a eficácia do sacramento, o que Cipriano
não fazia tal pensamento valia também para a questão da ordenação. Desta forma
um herético batizado recebe o batismo assim como um justo, mas a eficácia deste
sacramento só se concretiza na vida daquele que tem amor a unidade da igreja.
Este principio, também era valido se uma pessoa fosse batizada ou ordenada por
um herege. O que se conta é se o batizado ou ordenado está vivendo em unidade,
ligado em uma comunhão plena com a Igreja Católica. Ele acreditava que só
recebia o Espírito Santo por meio da Igreja Católica. A eficácia esta vinculada
a unidade com a igreja institucional (que para ele representa estar ligada a
igreja espiritual).
Quanto aos
sacramentos, Agostinho usava o termo de uma forma mais ampla que a nossa.
Entretanto, concordava que o batismo e a ceia do Senhor são os principais
sacramentos. Influenciado pelo neoplatonismo, ele concebia nos elementos dos
sacramentos um valor externo (símbolos que apontam à realidade espiritual) e
valores espirituais para os mesmos. Os sacramentos são sinais externos que
possuem conteúdo espiritual. Mas não estão necessariamente ligados a estes
sinais.
Esta visão
de Agostinho revela sua visão da igreja. Portanto, a igreja para ele era uma
organização externa (institucional, visível, local) e a comunhão dos santos
(invisível, espiritual, a verdadeira igreja). Estas não são idênticas, pois
muitos dos que pertencem à igreja no sentido externo não estão numerados entre
os verdadeiros crentes.
Agostinho
acreditava também que existia uma terceira igreja, ele se refere a ela quando
fala dela como números de predestinados. Este grupo de pessoas não pertence nem
a igreja visível, nem a invisível.
A doutrina
da Igreja de Agostinho foi importante, não apenas para a controvérsia
donatista, mas também para sua descrição do reino de Deus e do reino do mundo
apresentada em seu escrito A Cidade de Deus. Os 22 livros desta obra,
completados durante os anos 413
a 426, foram escritos especialmente como apologia
dirigida contra os pagãos que culpavam os cristãos pelos infortúnios sofridos
pela sociedade.
Durante a
Idade Média, entretanto, o pensamento de Agostinho foi interpretado como
significando que o estado está subordinado à igreja, e A Cidade de Deus
realmente tornou-se o fundamento da doutrina da supremacia papal sobre a
autoridade secular. O conceito hierárquico, portanto, representava uma
reinterpretação do ponto de vista de Agostinho.
De certa
forma sua teologia colaborou para este erro, pois a afirmação de que a igreja é
a única representante verdadeira do Reino de Deus e que somente nela se encontra
salvação, levou a interpretação que somente a igreja governando o estado
terreno poderia levar a sociedade a salvação.
A Doutrina De Pecado E Graça De Agostinho
Agostinho
afirmou, em oposição a Pelágio, que a salvação é obra do próprio Deus; não é de
origem humana. Numa controvérsia, o ponto principal se referia à relação entre
as naturezas divina e humana em Cristo; na outra, à relação entre graça de Deus
e o livre arbítrio do homem.
Agostinho
opunha-se categoricamente a tais idéias de Pelágio. Seus conceitos de
liberdade, de pecado e graça foram apresentados em vários escritos dirigidos
contra o pelagianismo (cf. De Spiritu Et Littera, 412; De Natura Et Gratia,
415; Contra Julianum, 421). A controvérsia dizia respeito, em sua maior parte,
aos seguintes pontos: o livre arbítrio, o pecado original, a conquista da
salvação, graça e predestinação.
Agostinho
descreve o homem diferenciando-o em quatros etapas: antes da queda, depois da
queda, depois da conversão e na perfeição.
Livre
arbítrio: No assim chamado estado original, isto é, quando o primeiro homem foi
criado, ele possuía medida completa de liberdade. Tinha então livre arbítrio
não somente no campo da ação; também era capaz de escolher entre o bem e o mal.
A
capacidade de escolher o bem (evitar o pecado), segundo Agostinho, não
pertencia ao homem por causa de seus dons naturais; pertencia-lhe somente por
causa da ajuda da graça divina. Era a prima gratia que dava ao homem a
liberdade de escolher o bem.
Mas a
liberdade também encerra a possibilidade de uma queda, e o primeiro pecado foi
ocasionado pelo livre arbítrio. A queda significa que o homem, em espírito de
arrogância, afastou-se de Deus e se colocou na direção do mal. A caritas foi
substituída pela cupiditas na vida do homem. O homem perdeu assim a dádiva da
graça, e com ela a liberdade que constituía a capacidade de escolher o bem.
Pois quando a graça foi perdida, alterou-se a natureza humana. A razão e a
vontade não mais controlam os poderes inferiores da alma; por outro lado, estes
poderes assumiram posição dominante, e o homem, como resultado, viu-se enredado
nas malhas do desejo e guiado pela concupiscência. O homem é incapaz de
livrar-se da servidão à concupiscência, porque nesta situação o mundo é o
objetivo primordial de sua vontade, e não Deus.
A queda,
portanto, significa que o homem perdeu a liberdade de escolher o bem. Como consequência,
o homem agora se sente impelido a pecar. Aqui Agostinho opõe-se a Pelágio.
Agostinho negava que o homem, depois da queda continuava a possuir livre
arbítrio no verdadeiro sentido, a saber, a liberdade de escolher o bem. Em vez
disso, está sob o impulso de pecar, o que quer dizer que age de tal maneira que
a corrupção é inevitável. Boas obras isoladas podem ser realizadas, mas estas
não modificam a intenção má de sua vontade.
Agostinho
não é determinista, ele compreendia que o homem possuía uma liberdade limitada
ou corrompida por causa de sua queda. A tendência do homem de escolher o mal
determina o curso de sua conduta e o impede de fazer o bem.
Pecado:
Para Agostinho o pecado original foi uma ofensa a Deus e que trouxe culpa ao
homem perante Deus. A culpa herdada pelo pecado original é removida pelo
batismo, de modo que o pecado original não é mais contado como pecado. Apesar
disso, a condição pecaminosa permanece, mesmo depois do batismo.
O pecado
não é simplesmente uma série de ações voluntárias isoladas; é corrupção real da
natureza, resultante do fato que a própria direção da vontade está deturpada.
Agostinho descreveu o pecado como perversão da vontade. Nisto vemos o principal
ponto de conflito entre ele e Pelágio.
O
pensamento que o pecado está implícito na natureza humana é sugerido pela
própria ideia de ser a corrupção herdada. O Adão bíblico é o “homem” em geral
(representa toda raça humana – é a semente de toda raça). Todos participam na
culpa de Adão.
Assim
também acontece com a corrupção humana; ela igualmente é herdada, como
resultado da desobediência de Adão. Além disso, na opinião de Agostinho, nossa
condição pecaminosa herdada também nos torna culpados perante Deus.
Pecado nas
crianças: Agostinho concluiu que crianças não batizadas estão sujeitas à
condenação. A teologia católica romana posterior abrandou esta afirmação de
várias maneiras, e mesmo Agostinho sugeriu que as orações da família podiam, em
alguns casos, substituir o batismo.
Limbo:
Agostinho sugere que as crianças que morrem sem ser batizadas vão para um lugar
chamado “limbo”, que não é o paraíso nem o hades (inferno) – nem
bem-aventurança, nem sofrimento – um lugar à margem do inferno que abriga os não
regenerados sem culpa pessoal.
A doutrina
do pecado original também supõe a unidade da raça humana em Adão. Pois, caso
contrário, como podia ser atribuída culpa ou responsabilidade a um indivíduo
por algo que não fez? A posição agostiniana nesta questão não distingue entre
crianças e adultos; a mesma ofensa se aplica a todos.
O pecado é
um afastar-se de Deus por parte da vontade do homem, não se trata apenas de
ações isoladas. Depois da queda o homem tornou-se incapaz de fazer o bem. Pode
ocasionalmente fazer o bem, mas sua vontade é dominada pelo mal e suas ações
sempre o dirigem a corrupção. Portanto para Agostinho não existe mais livre
arbítrio e sim um servo arbítrio – que corresponde a dizer que o homem é
incapaz de cooperar no interesse de sua salvação.
Salvação: A
salvação resulta do perdão dos pecados, mediante a fé, independentemente de
mérito humano. Nada há que o homem possa fazer de si mesmo para realizar esta
salvação. Este foi o principal argumento de Agostinho contra Pelágio. Agostinho
tomou esta ideia básica de Paulo, cuja doutrina da justificação pela fé teve
influência decisiva sobre Agostinho. A vontade do homem é incapaz de fazer o
bem e, portanto, a salvação deve ser obra do próprio Deus.
Mas, para
Agostinho, graça inclui a regeneração do homem. A vontade do homem se altera, o
amor é derramado nele; como resultado disto, o homem pode fazer verdadeiramente
o que é bom e pode tornar-se cooperador de Deus na fé. Encarado de certo modo,
Agostinho parece dizer que esta regeneração é o alvo. O amor a Deus (caritas) é
o pressuposto da salvação do homem. Esta interpretação de Paulo, feita por
Agostinho, é diferente da dos Reformadores. Para os reformadores somente a fé
em Cristo e em sua obra que justifica o homem. O homem é salvo pela fé e nada
mais.
Predestinação:
A oposição de Agostinho a Pelágio expressou-se mais fortemente em sua doutrina
da predestinação. A graça, que é a única fonte da salvação do homem, é a
vontade misericordiosa de Deus; ela é, ao mesmo tempo, onipotente. A
onipotência desta graça significa que a salvação do homem depende apenas da
vontade e do decreto de Deus. A esse pensamento deu-se o nome de monergismo[2].
Deus, na eternidade, escolheu certos homens para serem arrancados da massa
corrupta e para participarem de sua salvação. “Agostinho baseou esta conclusão
em Romanos 8.30 – E aos que predestinou, a esses também chamou; e aos que
chamou, a esses também justificou; e aos que justificou, a esses também
glorificou”.
O
fundamento decisivo da salvação humana, portanto, não se encontra em nosso
méritos ou no livre arbítrio, mas, ao invés disso, na vontade de Deus. Para
Agostinho, isto significava que os que foram escolhidos um dia serão salvos.
Não se pode imaginar que venham a cair novamente aqueles que uma vez chegaram a
crer. A graça os supre não apenas com a fé, mas também com o dom da
perseverança. Esta linha de pensamento fez surgir a teoria denominada “graça
irresistível”. O termo em si, só foi usado mais tarde pelos reformadores.
Agostinho
acreditava até que os predestinados podem existir fora da igreja. Essas pessoas
seriam salvos pelo poder da graça que operaria sem os meios ao nosso dispor.
Seguindo esta linha de pensamento, se alguém não era salvo, era porque Deus não
desejou sua salvação, pois nada pode ser feito sem a vontade e o poder de Deus;
e nada que Deus queira realizar é impossível para Ele.
Criação:
Agostinho rejeitava a interpretação literal dos sete dias da criação e entendia
os “dias” da criação como épocas ou eras de duração indefinida.
Podemos
dizer que o pensamento teológico de Agostinho foi sendo moldado no decurso de
suas controvérsias, que deram em três etapas:
Primeira:
No combate ao maniqueísmo.
Segunda: No
combate aos donatistas.
Terceira:
No combate à Pelágio e seus seguidores.
Referências
CAIRNS, Earle E. Cristianismo
Através dos Séculos. São Paulo, Editora Vida Nova, 2008.
GILSON, Etienne. Introdução ao estudo de Santo
Agostinho. São Paulo, Paulus, 2006.
OLSON, Roger E. História da Teologia Cristã. São Paulo, Editora Vida, 2001.
http://pt.wikipedia.org/wiki/Donatismo< disponível em 03 de novembro de 2012.
OLSON, Roger E. História da Teologia Cristã. São Paulo, Editora Vida, 2001.
http://pt.wikipedia.org/wiki/Donatismo< disponível em 03 de novembro de 2012.
[1] O Donatismo (cujo nome advém
de Donato de Casa Nigra, bispo da Numídia
e posteriormente de Cartago) foi uma seita religiosa cristã, considerada herética
e cismática
pelo catolicismo.
Surgiu nas províncias do Norte de África
na Antiguidade
Tardia. Iniciou-se no início do século IV
e foi extinta no final do século VII. Os autores que mais influenciaram os donatistas,
em termos de doutrina religiosa, foram São Cipriano, Montano e Tertuliano.
[2] Monergismo é
a crença de que a agência humana é inteiramente passiva e a de Deus totalmente
determinante, tanto na história universal quanto na salvação individual. Deus é
o único agente e energia ativa na salvação do homem.
Nenhum comentário:
Postar um comentário